Nesta terça-feira (11), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou que o país é o primeiro do mundo a registrar uma vacina contra o novo coronavírus. Apesar do anúncio, ainda pouco se sabe sobre a eficácia da vacina e o método vem sendo questionado por especialistas internacionais por demonstrar pouca transparência.
“Esta manhã uma vacina contra o novo coronavírus foi registrada pela primeira vez no mundo”, disse em reunião com o Gabinete de Ministros.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) que acompanha o estágio de desenvolvimento de vacinas no mundo, a última atualização da vacina russa, do Instituto Gamelaya, está ainda na fase 1 do processo, que é composto por três fases completas, ainda de iniciar a vacinação em massa.
Não há nenhum estudo ou dado científico publicado pela Rússia a respeito dos testes realizados, assim como não há detalhes sobre as fases do processo, que devem ser cumpridas antes de lançar a vacina no mercado.
Putin alega que a vacina é “eficaz” e passou por todos os testes necessários para obter uma “imunidade estável”, contra a covid-19 e que, inclusive, uma de suas filhas teria tomado a vacina, de acordo com agências internacionais.
A vacinação em massa deve começar em outubro, de acordo com o Kremlin.
Na segunda-feira (10), a OMS alertou que, apesar de haver várias vacinas na fase final de testes, a eficiência destas ainda está para ser demonstrada e que, provavelmente, não haverá uma “solução imediata”.
A fase três seria a última das etapas de aprovação de uma vacina, e também a mais decisiva, pois é quando se produzem as evidências reais sobre o seu uso contínuo.
Na terça-feira (4), um porta-voz da OMS reforçou os pedidos de cautela. “Às vezes, pesquisadores afirmam que encontraram algo. Isso é, obviamente, uma boa notícia”, disse Christian Lindmeier. “Mas há uma grande diferença entre descobrir, ou ter uma pista, de uma vacina que funcione e passar por todas as fases (de testes)”, acrescentou.
Fonte: g1.com.br