Aos 20 anos, a paraibana Alice dos Santos Araújo Lourenço acumula diversas conquistas acadêmicas. Entre elas, o fato de ter sido aprovada em sete universidades dos Estados Unidos. Antes disso, ela aprendeu inglês sozinha com a ajuda de ferramentas gratuitas.
Atualmente, além do português nativo, Alice fala inglês em nível avançado e espanhol em nível básico.
Mas o caminho até atingir esse nível em línguas estrangeiras não foi fácil e despertou receio na jovem.
“Medo de não desenvolver o idioma a tempo de aplicar para as faculdades naquele ano (2023) e a falta de recursos que poderiam potencializar o meu aprendizado, como um professor particular, por exemplo”, confessou.
Para conseguir o objetivo, ela estudou com materiais, dicionários, aplicativos e projetos gratuitos.
Dessa forma, ela se tornou a primeira da família a aprender inglês por conta própria. Essa conquista é motivo de orgulho para ela.
“Ter desenrolado o inglês vem abrindo muitas portas para a minha jornada acadêmica e profissional, para a minha família e com certeza para as gerações futuras de jovens que eu quero impactar através do ensino tecnológico”, declarou.
‘Dediquei todo o meu tempo a essa jornada’
Em agosto, Alice embarca rumo ao sonho de estudar em uma dessas instituições, com uma bolsa integral e o desejo de transformar a realidades de outras jovens, que assim como ela, apostam na educação para transformar vidas.
As aprovações, mesmo que repetidas por um número expressivo de vezes, não são encaradas como parte da rotina.
“É aquele tipo de acontecimento que leva tempo para a ficha cair. Ainda não parece real. Fora os sentimentos de alegria e superação profundas, reconheço as barreiras quebradas que essa conquista representa para mim, minha família e meu estado”, refletiu.
A jovem nasceu e foi criada em Nova Olinda, cidade do Sertão da Paraíba, com pouco mais de seis mil habitantes. Com a vida inteira no interior, ela conhece as dificuldades para ter acesso ao ensino tecnológico.
“Por isso, quero que essa oportunidade inédita que recebi não seja apenas minha, quero que os frutos dela sejam colhidos por outros jovens paraibanos. Quero que a gente mostre cada vez mais para o nosso Brasil que a Paraíba desenvolve sim jovens talentos em tecnologia”, destacou.
O interesse por estudar no exterior surgiu a partir de dois fatores: o primeiro era a curiosidade por conhecer outros países e culturas. Já o segundo, a descoberta das oportunidades profissionais e acadêmicas disponíveis fora do Brasil.
“Quando percebi que existia uma possibilidade real de estudar fora e viver esse conjunto de experiências, dediquei todo o meu tempo a essa jornada”, reforçou.
Etapas das candidaturas às universidades norte-americanas
O processo de seleção para as faculdades dos Estados Unidos foi desafiador, mas também um processo transformador para Alice. A jornada, para a jovem, começou no ano de 2023, com o auxílio da Academia Latino Americana de Liderança (LALA), que é um programa de colocação universitária.
O processo envolve diversas etapas, como a proficiência no inglês por conta própria, demonstrar impacto por meio de atividades extracurriculares, enviar cartas de recomendação escritas por professores, notas do ensino médio, documentação financeira, uma redação pessoal e redações suplementares.
Fonte: Jornal da Paraíba