A Paraíba e Pernambuco compartilham muito mais do que limites geográficos. Laços históricos, culturais e sociais entrelaçam essas duas terras irmãs. Recentemente, essa parceria ganhou um novo capítulo com a chegada das águas da Transposição do Rio São Francisco à região do Alto Capibaribe, em Pernambuco. O curioso é que essas águas são captadas em território paraibano, no Rio Paraíba, precisamente no município de Barra de São Miguel, no Cariri, e chegam a milhares de pernambucanos por meio da adutora construída pelo governo de Pernambuco, que atende municípios como Santa Cruz do Capibaribe, Jataúba, Brejo da Madre de Deus entre outros.

Esse gesto de cooperação entre estados vizinhos é um exemplo do quanto a união pode gerar benefícios mútuos. A Paraíba cedeu sua estrutura hídrica e sua posição geográfica estratégica, enquanto Pernambuco investiu recursos na construção da adutora. O resultado foi a melhoria significativa do abastecimento de água em municípios que enfrentavam dificuldades históricas com a escassez hídrica.

No entanto, a relação entre os dois estados pode e deve avançar ainda mais. A cidade de Barra de São Miguel, responsável por ceder parte dos seus recursos hídricos, vive há anos o sonho de uma rodovia asfaltada que ligue Santa Cruz do Capibaribe (PE) à Paraíba. O Governo da Paraíba já cumpriu sua parte: pavimentou o trecho que liga Barra de São Miguel até a divisa com Pernambuco. Agora, faltam apenas 27 quilômetros para que os dois estados estejam plenamente interligados por uma rodovia de qualidade.

Esse é o momento de a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, refletir sobre o simbolismo e a relevância dessa obra. Trata-se de um investimento que não apenas reduzirá distâncias e fomentará o desenvolvimento econômico e social da região, como também reforçará o espírito de irmandade e gratidão entre os estados.

É compreensível que a obra da adutora do Alto Capibaribe tenha sido bancada com recursos pernambucanos, mas é preciso lembrar que sem a autorização e parceria do Governo da Paraíba, ela sequer teria saído do papel. Foi um trabalho conjunto, que beneficiou especialmente os pernambucanos.

Além disso, o pleito pela pavimentação dos 27 quilômetros restantes não é recente. Tanto o atual prefeito de Barra de São Miguel, João Paulo França, quanto o ex-prefeito João Batista, já apresentaram pessoalmente esse pedido à governadora Raquel Lyra. É uma demanda que ecoa há anos e que, agora, diante do contexto de cooperação hídrica entre os estados, adquire ainda mais legitimidade.

A pavimentação dessa rodovia não seria apenas um presente para Barra de São Miguel e Santa Cruz do Capibaribe. Seria uma demonstração concreta de que a parceria entre Paraíba e Pernambuco pode ir além da água e alcançar também as estradas que unem seus povos.

Governadora Raquel Lyra, o gesto de solidariedade da Paraíba está feito e segue beneficiando milhares de pernambucanos. Será que construir esses 27 quilômetros de asfalto seria um custo tão alto diante dos benefícios que essa obra traria para ambas as regiões? Fica a reflexão. Afinal, quando dois estados crescem juntos, todos ganham.

Por Bruno Lira 

Fonte: Bruno lira